domingo

A Saída de Baía Blanca

14 de janeiro de 2008

O taxista veio me apanhar as 7:30 como combinado. Cheguei à transportadora por 17 pesos. Entro no escritório, pergunto pela moto. Dizem que está lá. Fazem algumas perguntas, me fazem preencher uns papéis e depois de certa demora me convidam a ir ver a moto. No fundo do depósito uma Varadeiro da Honda. Ótima moto, linda, mas não é minha. Aonde foi parar a minha moto? Suspeitam que fosse parar em Buenos Aires. Não pode. O dinheiro está curto e não posso gastar mais. Começo a ficar impaciente. Ligam pra cá ligam pra lá e eu encima, já incomodando de propósito. Lá pelas tantas me falam que a moto está dentro de um caminhão que está fechado, o motorista foi pra casa, mas vem para abrir. Leva uma hora para chegar, mas pelo menos chega. Finalmente reencontro a dita cuja. Peço para o motorista levar para mim lá pra frente.
Lá na frente ajeito encima dela o que estava comigo, amarro tudo, subo nela, e aí vamos nós outra vez. Que Deus nos proteja. Pego a estrada e o vento é muito forte, não consigo me livrar dele, é uma luta. Até quando esta praga? A perna começa inchar, começo a não sentir direito meu pé direito. Depois de 50 Km stressantes, imaginando os quilômetros que tenho pela frente, desanimo. Vejo um posto da policia e paro. Bem que essa gente devia colocar essa moto encima duma camionete e levar pra mim! Mas não vão fazer isso. Quando descubro um policial, o cara é bem legal. Ouviu meu problema, olhou minha perna, me animou e disse que eu devia seguir.
Saí dali melhor e aos poucos o vento foi diminuindo. Quanto à perna resolvi me esquecer dela, não adianta nada eu me preocupar.
Em Guamini almocei, o cartão funcionou para pagamento da gasolina e do lanche. Posto Shell.
Depois parei em Daireaux, posto Sheell também, aceitaram pagamento com cartão. Lá encontrei um casal, Sr. Jorge e Dna Ana. Falei do meu roteiro, da minha pouca experiência, e ele então mudou meu destino, me tirando da Ruta 14, que eles chamam estrada da morte, correspondente a nossa BR 101. Deu-me seu telefone, e-mail, tirou foto de mim. A esposa dele disse que ele gostaria de estar fazendo o que eu estava fazendo, que quando jovem passou pelos lugares que eu passei. Seu Jorge me disse que caso tivesse dificuldade em Rosário de encontrar a saída para Victória que lhe telefonasse. Depois descobri por que. Tirei foto dele, subi na moto e segui viagem.


Jorge mudando meu destino



Fui até 9 de julho. Arrumei minha barraca atrás de um Posto de Gasolina. Descobri que meu tornozelo é o maior problema, está inchado e escuro. O banheiro do posto terrível. Coloca-se 1 peso numa máquina e por 8 minutos se tem água quente escorrendo de um cano. Meu banho durou 2 minutos e meio. Comprei um CD pirata do Leon Greco conforme dica do Marcos e da Amélia. Como a grana ta curta, vai pirata mesmo. Que pena que não tenha como escutá-lo. As canções são por demais hermosas (lindas em castelhano).