domingo

De San Martin de Los Andes à Bariloche

4 de Janeiro de 2008

De Junin fui para San Martin de Los Andes.

Lago Lacar – San Martin de Los Andes




Lá comprei o que faltava de roupa, telefonei para Regina, Darci Antonio e para o Sr. Ivo. San Martin de Los Andes é uma cidade bem parecida com Gramado ou Canela, mas rodeada por uma natureza bem mais exuberante. Lindo mesmo.
Saí dali rumo a Villa Angostura. No começo uma estrada asfaltada, depois uma uma estrada de ripio horrorosa, ótima para um enduro de motos. Até para carro é difícil, moto nem se fala. De novo eu no sufoco, correndo encima do fio da navalha.




A caminho de Villa Angostura





Passei por paisagens belíssimas, a proximidade da cordilheira com grandes lagos, verdadeiros postais, com uma paisagem dessas qualquer um é fotógrafo. Mas a estrada! 70 Km de terra, buraco, desvios, subidas e descidas, muita poeira, obras, às vezes meia pista, um caos.





A zona que ocupa hoje Vila Angostura não é um lugar que teve populações indígenas estáveis, devido ao rude clima daqueles invernos. Era mais uma zona de caçada e veraneio de huilliches (manzaneros) e poyas, com deslocamentos via lacustre por embarcações de troncos escavados. Um inesperado ataque do Gal. Conrado Villegas em 1881 expulsou para o sul os liderados por Modesto Inacayal que invernavam nas nascentes do Limay. Este cacique prestigioso participava do Parlamento Shayhueque com os quais acabou fugindo para Chubut, mais ao sul, onde resistiram por mais de três anos a perseguição militar argentina. Finalmente, em 1884, Inacayal se entrega junto com os demais caciques e são aprisionados no forte Junin de Los Andes. Depois de vários traslados, é resgatado da prisão militar “El Retiro” pelo Perito Francisco Moreno, que estava agradecido pela hospitalidade que tivera por parte de Inacayal quando de viagens realizadas anteriormente à região. Como Perito Francisco Moreno, mais tarde foi encarregado de administrar o museu de história natural de La plata, lá colocou como porteiro Inacayal, que terminou assim seus dias.


Quando cheguei a Villa Angostura estava pra lá de cansado. Quando vi um restaurante, parei. Achei que a comida deveria ser cara, mas naquela altura do campeonato não quis nem saber, vai caro mesmo, eu mereço. Pedi uma carne bem passada, veio meio mal passada. Acompanhava batata frita. E uma coca.
Lá me procurou uma família de Campinas. Vieram de avião até Bariloche, alugaram um carro, foram ao Chile. Agora estavam voltando, iam pegar outro avião e retornar a Campinas. Que beleza, que barbada.
Descansei um pouco e novamente botei o pé na estrada, agora rumo a San Carlos de Bariloche. Viagem tranqüila, se comparada com as anteriores. No caminho mais paisagens lindíssimas.





Ao chegar a Bariloche, no posto de gasolina, chegou também um casal de Florianópolis de moto, ele com uma moto muito pesada, lutava um pouco para mantê-la em pé. Conformei-me um pouco. Ele meio manezinho da ilha não era muito simpático. Certamente deve torcer pelo Figueirense. Não quis perguntar, não gostei muito dele. Quando falei que iria subir no Cerro Oto, pelo teleférico, disse que só entrara ali para abastecer, tava indo para Villa Angostura.
A moça do Posto me explicou três vezes como eu deveria chegar ao teleférico. Que no Km 4 deveria entrar à esquerda. Estranho, em plena cidade as coisas são contatas aos quilômetros. Muito movimento de turistas. Chegando ao Teleférico, estacionei a moto, comprei a passagem, 35 pesos subida e descida. Sozinho não quis subir, tenho medo de altura. Subi com um casal de venezuelanos, o Tomás e a Mairena. Quando perguntei pelo Hugo Chavez me disseram que ele é louco. Quando me perguntaram pelo Lula respondi que nunca mais voto nele. E assim subimos, subimos, eu com aquele vazio na barriga. Chegamos, fui ao restaurante giratório, fiz um lanche e sentado apreciei o restaurante dar voltas completas de 360 graus e fui apreciando as belezas da região, predominando a Cordilheira e o grande lago lá embaixo. Muito bonito.





O guarda na aduana em Passo de Los Libres não acreditava, mas lá estava eu, missão cumprida. Assim, assim, mas cheguei.

Visitei uma exposição de réplicas perfeitas das esculturas de Miguel Ângelo.

David – de Michelangelo

Depois desci pelo Teleférico juntamente com os venezuelanos. Finalmente nos despedimos, cada um seguiu seu destino.


Tomaz e Mairena

“Assim, assim, mas cheguei!”

No estacionamento, um senhor me deu as dicas de como seguir para El Bolson. Dessa vez deu tudo certo, apenas um pequeno trecho de rípio.

A caminho de El Bolson - Argentina




Cheguei à Cascata da Virgem que um senhor havia me indicado, mas lá não havia camping. Só mais adiante, quase em El Bolson, encontrei o camping de mesmo nome, onde parei. Boa estrutura, boas instalações. Consegui mandar algumas fotos para casa pela Internet, depois fui dormir.

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